quinta-feira, 29 de março de 2012

Primeiros devaneios...

Eu sou a minha verdade e ninguém mais.
Sou um ser complexo, atônito, constante na minha inconstante alma, plácida, quente, fria, mas nunca morna, sou o fogo e o mar, nunca um lago... sou tantas verdades em uma só que até eu mesma me confundo... me perco e me reencontro em mim.
Tenho tantas perguntas, e sempre com as mais diversas respostas, sempre com respostas diferentes. Mudo de roupa, mudo de cabelo, finjo, fujo, mas não consigo permanecer no esconderijo. Sou covarde e corajosa, parte de mim quer, a outra também.
Não sei ser metade. Não quero ser metade. A metade me embrulha o estômago. Suja a alma, o olhar, o paladar. Quero o inteiro, o intenso, o veneno, o inebriante, o sedutor. Gosto do risco, do novo, do antigo, de tudo misturado.
Estou em constante mutação, comigo, com o mundo, com as pessoas. Meu compromisso é comigo mesma, com o que sinto, o que penso. Amo intensamente, da noite pro dia, e odeio do mesmo jeito. Não. Não odeio. Isso é muito forte. Apenas afasto de mim o que não me faz bem, o que não quero. Ta bom. Amo e odeio sim. Por pouco tempo, é verdade. Não consigo alimentar sentimentos negativos. Não gosto de negatividade.
Já fui impulsiva. É fato. Tento não ser mais.
Vejo o bem em tudo e todos. E gosto disso. Amo tudo e todos. Transmito amor, fé e confiança. Deixo que as pessoas me conquistem no primeiro olhar, gesto, pelo som da voz ou o abraço. Ah, o abraço! Um gesto que fala por si só. A gente sabe quando é querido por um abraço! O calor, o movimento dos braços, a intensidade, a verdade... quanta coisa cabe num abraço!
Gosto de ser conquistada pelas pessoas. Gosto de conquistar.
Tenho uma família que escolhi. É gigante. No coração. Tenho amigos e quero todos pra vida inteira. Estão tão espalhados pelo mundo e tão perto de mim, unidos no amor que aquece nosso coração. A verdade que nos une é a verdade que ultrapassa a eternidade. É a verdade que não é assassinada pelo tempo, pela inveja, pela maldade, é a verdade que ultrapassa os limites e nos mostra o quanto é bom e lindo viver e ter pessoas que nos acompanhem na nossa caminhada!
Minha família de sangue não é tão grande. Nem tão unida quanto eu gostaria. Queria me reunir uma vez por mês com todos eles e saber como estão as coisas. Queria que se importassem sinceramente um com os outros. Que não aparecessem só nas festas e finais de ano. Queria que um ligasse ao menos para falar com o outro, e que cada um fizesse mais o que realmente tem vontade de fazer.
Na verdade, acho que o mundo deveria reclamar menos e fazer mais.
Devíamos nos preocupar menos com o que os outros pensam a nosso respeito e mais com o que nós mesmos pensamos de nós. Deveríamos aprender que a nossa felicidade só depende de nós mesmos, e que não devemos esperar uma felicidade distante, como um conto de fadas, pois a felicidade está presente no hoje, no aqui e agora, no momento em que estamos vivendo.
Quero ver as pessoas valorizando quem elas são e não o que elas tem. Quero os valores invertidos. Valorizar o carinho, o toque, o abraço, a amizade, o real, o sonho. Essas coisas tão simples e tão complexas. Viver o hoje. O presente. Saber que cada coisa tem a sua hora. E que o dia mais belo da minha vida não é o que parece mais bonito, mas o que parece mais feio. Por quê? Porque amar o bonito é fácil. Difícil é amar o feio, porque o dia mais cinza, os momentos mais assustadores da nossa vida são na verdade os mais mágicos, os mais sensíveis. São nesses dias que aprendemos as grandes lições de nossa existência.
Essa existência conturbada, onde tentamos buscar respostas, e o que surgem são mais perguntas. Perguntas que ficam sem resposta e que geram outras perguntas. Perguntas... e mais e mais e mais. São as perguntas que movem o mundo ou o mundo que move as perguntas?
Sou o vazio que me preenche. O inteiro e a metade. O certo e o errado. A razão e a loucura. O amor e o ódio. O apego e o desapego. O medo e a coragem. O salgado e o doce. A montanha e o penhasco. A vida e a morte. A mãe e a filha. A noite e o dia. O início e o fim. O sorriso e o choro. A dor e a alegria. O desespero e a tranqüilidade. Sou única. Sou singular. Sou mágica. Sou bruxa. Sou fada. Sou guerreira. Sou frágil. Sou menina. Sou mulher. Muito mais menina. Sou tudo e muitas vezes não sou nada.

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