“Engraçada a idéia que você tem da vida! Sempre metido em coisas difíceis e complicadas, e não aprendeu as fáceis? Não teve tempo para isso? Tinha outras coisas para fazer. Bem, graças a Deus, não sou sua mãe. Mas agir assim, como se você já tivesse experimentado toda a vida e nela não encontrasse nada de interessante, isso não; isso não pode ser.”
“Porque eu sou como você. Porque estou tão só e amo tão pouco a vida, as pessoas e a mim mesma quanto você; e, como você, não posso levar nada disto a sério. Sempre houve pessoas assim, que exigem da vida o que ela tem de mais alto e não podem conformar-se com sua estupidez e crueldade.”
“Acho que você leva o amor muito a sério. Pode fazê-lo, pode amar desse modo ideal a tudo quanto queira, isso é assunto seu, pouco se me dá. Só quero que você aprenda melhor os pequenos e despretensiosos jogos e artes da vida, pois nesse terreno sou sua mestra e serei melhor professora do que a sua amada ideal.”
“Você já sabe onde se oculta esse outro mundo, já sabe que esse outro mundo que busca é a sua própria alma. Só em seu próprio interior vive aquela outra realidade por que anseia. Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo, não posso abrir-lhe outro mundo de imagens além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar, a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível seu próprio mundo, e isso é tudo.”
(Herman Hesse – O lobo da Estepe)
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