Hoje uma amiga me falou que gosta de mim porque eu falo comigo mesma. Eu pergunto, eu mesma respondo. Eu discuto comigo mesma. Eu penso, eu questiono, eu concluo. E eu falo pouco. Muito pouco. E é isso que ela gosta em mim.
Pouco? É claro que estou ironizando. Eu falo muito. E sobre muita coisa. Eu questiono tudo. As pessoas. O mundo. As atitudes. Os lugares. As cores. As roupas. Os gestos. Os olhares. Os significados e os significantes.
Sou assim mesmo. Minhas dúvidas, anseios, afirmações saltam pra fora de mim como um gato que pula o muro. Quando você vê já está do outro lado. Gosto disso. Às vezes me envergonho. Às vezes acho que sou sincera demais e não precisava. Muitas vezes estouro o balãozinho de pensamento e guardo aquilo na estante de palavras não proferidas para não machucar alguém. Outras, engulo as palavras como uma dose de remédio amargo, porque é preciso. Tantas vezes penso antes de falar. Outras, falo sem pensar. Mas sempre falo comigo mesma. Sempre afirmo, me questiono e concluo. Porque não, se a melhor conselheira que há é minha própria consciência?
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